Muniz Sodré na XII Bienal PE

O jornalista e sociólogo Muniz Sodré estará na Bienal do Livro para falar da obra do nosso homenageado, o poeta Solano Trindade, destacando a resistência negra da sua poesia. A programação será realizada dia 08/10, terça-feira, às 17h, no Auditório Círculo das Ideias.

Muniz Sodré de Araújo Cabral nasceu na cidade de São Gonçalo dos Campos – BA. Passou sua infância em Feira de Santana. Mas foi na cidade de Salvador que iniciou sua vida profissional como colaborador do Jornal da Bahia, exercendo também a função de tradutor, no Departamento de Turismo da Prefeitura.
No Rio de Janeiro ganhou notoriedade como professor e ensaísta. Cursou mestrado em Sociologia da Informação na Universidade de Paris III – Sorbonne, Doutorado em Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Pós-doutorado na École des Hautes Études em Sciences Sociales, na França. É membro, entre outros, da Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil (SECNEB) e da Associação Brasileira de Semiótica. Pesquisador das línguas iorubá (nagô) e do crioulo de Cabo Verde, é também Obá de Xangô do terreiro baiano de Axé Opô Afonjá.
Colaborou para o Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, revistas Visão e Traverses. Intelectual afrodescendente e um dos mais destacados pensadores brasileiros contemporâneos, Sodré é vinculado do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ. Pioneiro no campo dos estudos comunicacionais no país e autor de importantes contribuições sobre comunicação e cultura, tem livros publicados no Brasil e no exterior, sendo sua obra importante referencial para os estudos sobre comunicação, cultura brasileira e em especial sobre a condição da população afrodescendente e suas formas de resistência cultural. Crítico da mestiçagem enquanto ideologia redutora do negro, Sodré denuncia o projeto de “atenuação biológica” entre peles claras e escuras que busca fazer da miscigenação uma “solução de compromisso” entre o branco e o negro. Denuncia ainda a confusão entre o biológico e o cultural presente nessa ideologia como sendo a mesma que sustenta o pensamento racista.

No campo da ficção, é autor de três livros de contos – Santugri: histórias de mandinga e capoeiragem (1988), Rio, Rio (1995) e A lei do santo (2000) – e de dois romances: O bicho que chegou a feira (1991) e Bola da vez (1994). Em todos eles, o sujeito negro brasileiro ganha destaque, seja enquanto individualidade e consciência de si, seja enquanto coletivo social irmanado por experiências comuns e integrado à forte presença cultural e religiosa oriunda da diáspora africana no Brasil.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *