1987 – um debate sobre esporte, história e jornalismo

A XII Bienal do Livro de Pernambuco abre espaço para a maior polêmica do futebol brasileiro.

Um debate sobre o Brasileirão de 1987, competição que terminou há mais de três décadas e ainda gera discussões. Será realizado dia 09/10, quarta-feira, às 19h, no Auditório Círculo das Ideias.

Com presença dos autores do livro ‘1987 – De fato, de direito e de cabeça’, André Gallindo(TV Globo) e Cassio Zirpoli(Podcast 45 minutos), sob a mediação de Celso Ishigami(Podcast 45 minutos)e a participação dos jornalistas Francisco José(TV Globo) e Fred Figueiroa(Diario de Pernambuco), você está convidado a acompanhar e debater o Brasileirão mais controverso da história, uma edição sem paralelos entre todos os outros campeonatos disputados até hoje.

O debate vai além. Propõe discutir como a disputa de narrativas construiu mitos em torno da competição, analisar a cobertura jornalística ao longo dos anos em que 1987 saiu do campo e seguiu sendo disputado nos tribunais, e como as redes sociais, por exemplo, colaboram para a elucidação de pontos que, no passado, nem eram questionados.

1987 ultrapassou as páginas esportivas. Ocupou cadernos policiais, jurídicos. O livro, fruto de longa e ampliada pesquisa, apresenta todos os lados que se enfrentaram nos gramados, nas salas de reuniões, na Justiça. Do Rio de Janeiro a Porto Alegre, de Campinas ao Recife. Um ano que levou três décadas para terminar produziu incontáveis histórias, estórias e causos que estão reunidos aqui no livro que tem prefácio do jornalista Tino Marcos. As páginasremontam o ambiente político no país e no futebol nacional desde os anos de 1970, que tem efeitos diretos sobre o Brasileirão de 1987; entre eles, a criação do finado Clube dos 13, e sua proposta de campeonato que excluía equipes com direito esportivo adquirido, preteridas em nome de um negócio bem-sucedido chamado Copa União. A obra reabre o tabuleiro do jogo político dentro da CBF, revela detalhes do acordo que selou a formatação inicial da competição, apresenta os documentos do regulamento original.

Um campeonato que não se resumiu à constelação do Flamengo em que quase todo o time disputou Copas do Mundo. No outro grupo, estava o então vice-campeão nacional, o Guarani, em que a maioria dos titulares chegou à Seleção Brasileira. Se dezenas de milhões não esquecem o gol de Bebeto no Maracanã, outros milhões tem na memória a cabeçada de Marco Antônio na Ilha do Retiro, o gol da Taça das Bolinhas. 1987 teve mais. Teve agressão a presidente de clube e bicheiro famoso. O ‘sequestro’ de um juiz. Produção de pênaltis em escala industrial que alterou o Programa Sílvio Santos. Teve dois Zicos camisas 10 em campo. Teve WO de Flamengo e de Internacional.

O livro revisita os bastidores que indicaram os representantes do Brasil na Libertadores de 1988, as posteriores batalhas jurídicas que alcançaram, quem diria, a mais alta corte do país, e as razões que explicam o Sport como o campeão daquele ano e porque o Flamengo jamais conseguiu ter o reconhecimento da Justiça.

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